domingo, 24 de outubro de 2010

Livros sem teto em Búzios

Post 040 do blig
Data de publicação: 04/05/2010 00:34

Que coisa absurda! Isso só acontece mesmo em Búzios. Dezenove mil livros sem teto. Lira, criador da ONG Pró-Vida, em entrevista à jornalista Niete Martinez (JPH, 30/04/2010), avisa que, sem apoio municipal, terá que fechar as seis bibliotecas de seu projeto. Com a subvenção municipal cortada não tem onde colocar seus livros. Até mesmo estagiários que prestavam serviço nas bibliotecas, segundo ele, foram retirados pela secretária de educação. O que está acontecendo em Búzios?

Na verdade, tudo começou na elaboração do orçamento. O prefeito Mirinho envia para a câmara uma proposta de lei orçamentária para 2010 sem subvenção para algumas entidades (nem todas) contempladas pelo governo passado. A câmara de vereadores num arroubo de independência – chamado no boletim informativo pelo pomposo nome de “orçamento participativo legislativo” – resolve fazer alterações em algumas rubricas atendendo às reivindicações das entidades presentes. Foi assim que o CAT, a Creche Bárbara Wright, a Afro-Búzios e a PRÓ-VIDA ganharam subvenção. Acontece que o prefeito não gostou nada da mexida dos vereadores. Ousaram até reduzir a dotação do lixo. Vê se pode! Com o uso da Lei 769 (sucedânea da Lei 708) - carta branca dada ao prefeito pelos edis no início do governo – Mirinho remanejou todas as verbas, voltando à situação anterior. E ficou por isso mesmo. Foi assim que o Pró-Vida ficou sem os R$ 24.000,00 anuais para se manter. Os vereadores têm também a sua responsabilidade.

Tamanho “desgaste cultural” só pode ser explicado por perseguição política, como afirma Lira. Isac – o secretário de turismo e cultura – confirma isso, ao dizer que Lira “se contentou com um emprego” no governo Toninho. Ora, isso é o que menos importa agora, diante de dezenove mil livros sem teto. Isac também critica a sua (de Lira) dependência de repasses municipais e a falta de profissionalismo. Ninguém está aqui para defender o Lira, mas por que não exigir o mesmo das entidades beneficiadas com subvenção, tais como a Coeduc e a Associação de Mulheres? Nada contra estas entidades, mas qual o critério para que uma entidade seja beneficiada e outra não? Só resta mesmo a perseguição política.

Ver: "Bibliotecas"

Comentários (1):

1.05/05/2010 às 11:43
Michael disse:

Luiz, esta é uma situação que, no mínimo, podemos chamar de atrapalhada…
penso que tá sobrando “trapalhadas”…

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