sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

De costas para o mar e de frente para a burrice

Tem-se que ser repetitivo. O que aconteceu na Região dos Lagos se compara ao 11 de setembro em Nova Iorque. Não vamos esquecer: aqui destruíram a maior lagoa de água salgada do mundo e os responsáveis devem ser imortalizados. Alair Corrêa, Luiz Firmino Martins Pereira, Arnaldo Villa Nova, Márcio Flávio Moreira, Marilene Ramos, e há outros, são seus nomes e o resultado está ai: na laguna de Cabo Frio vive-se de costas para o mar, como alerta o artigo na revista CIDADE ONLINE (www.revistacidade.com.br), e de frente para a burrice. Alair, autointitulado porta-bandeira na campanha para a prefeitura em 1999, é uma prova de que bacharel não tem competência para assumir a responsabilidade de um engenheiro. Foi dele a estúpida ideia de canalizar os três valões no 1º distrito de Cabo Frio usando manilhas de concreto em lugar da tradicional vala sem fundo com laterais de concreto e coberto, coisa que se encontra em manual de “Como se faz” comprado em banca de jornal. A ele se juntaram o pseudocientista Firmino e puxa-sacos mamadores de tetas governamentais. Não bastou a burrice. A ela somaram-se as boçalidades registradas nas atas das reuniões dessa excrecência, o Consórcio Intermunicipal Lagos São João, uma vergonha para a engenharia nacional.       

Toda essa gente deveria ser processada por ter cometido crime ambiental e falsidade ideológica. O consórcio promoveu a dragagem do canal Itajuru pretendendo renovar a água da lagoa de Araruama. Desistiu, depois de onze anos, uma confissão de que fez burrice, já que a lagoa é e sempre foi fechada. Desperdiçou dinheiro público enchendo os bolsos de profissionais que por dever de ofício deveriam se ter recusado a participar da farsa. 

Ricardo Fernandes, que mantem um escolinha de vela na praia das Palmeiras, Cabo Frio, comenta que para cá veio em 1975 com seu irmão Ronaldo, considerando que a enseada é ideal para ensinar crianças a velejar. Sempre foi. Muita gente, na década de 1950, enfrentava seis horas de viagem do Rio até Cabo Frio, cruzando a baia de Guanabara com pequenos veleiros acomodados sobre carros. O que chama de assoreamento sempre existiu. Na saída do canal, passando a Ilha do Anjo, na maré vazante o banco de areia fica exposto sendo, portanto, natural. Foi anotado pelo grupo de geógrafos do antigo Conselho Nacional de Geografia - atual IBGE - que pesquisou a Região em 1956. 

Se Ricardo e Ronaldo tivessem vindo bem antes de 1975 teriam observado que a enseada das Palmeiras ficava lotada de gente com pranchas a vela, hobiecats, lasers, cataventos, dingues. 

A burrice se instalou em Cabo Frio no final da década de 1990. Até então era possível fazer tudo o que os irmãos Fernandes pretendem fazer agora. O problema é conseguir a permissão dos pais das crianças, que seriam seus alunos, para que se arrisquem a entrar na imundice na laguna.


Ernesto Lindgren

30/12/2011
          

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