quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Tráfico de drogas e política na Região dos Lagos

PF deflagra operação Dominação II de combate à lavagem de dinheiro no RJ
Operações da Polícia Federal 



"A Polícia Federal, em ação conjunta com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Rio de Janeiro e a Receita Federal, deflagrou nesta manhã (03) a Operação Dominação II, com o objetivo de desarticular organização criminosa que atua na Região dos Lagos, Rio de Janeiro, lavando dinheiro proveniente do desvio de recursos públicos e ainda do tráfico armas e drogas.

Cerca de 110 policiais federais, juntamente com servidores do Ministério Público e da Receita Federal, cumpriram 14 mandados de prisão, 4 de condução coercitiva e 20 de busca e apreensão nos municípios de Arraial do Cabo, Cabo Frio e na capital fluminense. Há também o sequestro de mais de R$ 20 milhões em bens do grupo, incluindo prédios, terrenos, dezenas de veículos e dinheiro em espécie" (1).

"Dos 14 mandados expedidos pela Justiça, dez foram cumpridos, entre eles, os que levaram para a prisão Jane Mello, mulher do ex-presidente da Empresa Cabista de Desenvolvimento Urbano e Turismo, Francisco Eduardo Freire Barboza, o Chico da Ecatur e Arivaldo Cavalcanti Filho, o Dinho, ex-presidente da Câmara de Arraial do Cabo, entre 2009 e 2012, ambos denunciados por lavagem de dinheiro e peculato.
Com diferentes participações no esquema, também foram denunciados e presos na manhã desta quinta, o subsecretário municipal de Governo de Arraial, Cláudio Sérgio de Mello Corrêa; o subsecretário de Serviços Públicos, Sérgio Evaristo Plácido de Aguiar, conhecido como ‘Vivi’; o atual presidente da Ecatur, Agnaldo Silvio Luiz; o tesoureiro da empresa, Pierre de Aguiar Cardoso; o empresário Peter Maciokas.
Também foram denunciados o próprio filho de Francisco Eduardo, Carlos Eduardo Rocha Freire Barboza, o ‘Cadu Playboy’, um dos principais líderes do tráfico de drogas na região e que já estava preso desde novembro do ano passado; Camila Vignoli e Raynna Teixeira, estas também acusadas de envolvimento no esquema.
Outros denunciados, mas que não foram encontrados pela polícia e, desta forma, são considerados foragidos pela Justiça, estão o suplente de vereador de Cabo Frio, João Gomes (PSB); o secretário municipal de Serviços Públicos de Arraial, Marcelo Adriano; o empresário Otto Maciokas, filho de Peter e Victor Canela, considerado o braço direito de Chico" (2).
Essa é a segunda fase da operação que começou no início do ano. Em janeiro, os agentes prenderam o traficante Carlos Eduardo Rocha Freire Barbosa, o Cadu Playboy, responsável pela venda de drogas nas comunidades Boca do Mato, Alecrim e da Reserva, no Lins de Vasconcellos, no Subúrbio do Rio. O pai dele, Francisco Eduardo Freire Barbosa, o Chico da Ecatur também foi preso. Ele era presidente da Ecatur, a Empresa de Desenvolvimento Urbano e Turismo de Arraial do Cabo.

A partir dessas prisões, a Polícia Federal e os promotores encontraram uma ligação do tráfico de drogas com desvio de dinheiro público. Segundo os investigadores, Cadu Playboy repassava o dinheiro do tráfico para o pai.

Já o pai se apropriava do dinheiro público conseguido com a contratação de funcionários fantasmas e de fraudes em licitações. Os policiais disseram que Chico da Ecatur tinha a ajuda de políticos e empresários para lavar o dinheiro das fraudes e do tráfico de drogas. E que o dinheiro era usado para comprar, principalmente, imóveis e carros.

A justiça autorizou o sequestro de bens do grupo, no valor de R$ 20 milhões. São casas, apartamentos e terrenos, como um deles de frente para o mar na Praia dos Anjos, em Arraial do Cabo. 

Nesta quinta-feira, cedo, os policiais revistaram as celas onde Chico da Ecatur e o filho estão presos, desde janeiro. A polícia e o Ministério Público chegaram à conclusão que os dois continuavam dando ordens de dentro do presídio Ary Franco porque a quadrilha não parou de agir.

Segundo os investigadores, Chico usava um funcionário dele, Victor Pimentel Canella para levar as mensagens para a quadrilha. Victor ainda está sendo procurado. Agentes penitenciários estão sendo investigados.

Os criminosos ligados à administração pública firmavam contratos fictícios e liberavam verba da Prefeitura de Arraial do Cabo e da Ecatur, que é uma empresa de economia mista.

Um dos envolvidos ainda procurado é Peter Maciokas, que é sócio de uma empresa contratada através de fraudes em leilões. A empresa dele vendeu 20 carros para a Ecatur num dos leilões fraudulentos. Policiais federais destacaram a ligação entre o tráfico de drogas e a política na Região dos Lagos" (3).

Realmente eles têm razão. Segundo o site RC24h "a quadrilha também praticou crimes eleitorais no primeiro turno das eleições de outubro de 2014. Cadu Playboy arregimentou moradores de Cabo Frio e São Pedro da Aldeia para a compra de votos e boca de urna em favor de candidatos a deputado estadual e federal. O grupo chegou a praticar atos de violência para afastar cabos eleitorais adversários. O objetivo era lançar a candidatura de pessoas da comunidade ligadas ao tráfico ao cargo de vereador nas eleições de 2016... Chico da ECATUR tinha aspirações a se candidatar a prefeito" (4). 

Fontes: 

1) "pf"

2)  Jornal Folha dos Lagos

3) "g1"

4) Site RC24h

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