segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

"Tem PM que não tem dinheiro para comer"

Esposas e familiares dos policiais lamentam o caos da corporação

Instaladas em frente ao portão do 25º Batalhão desde a noite de anteontem e sem previsão de quando vão sair, os manifestantes – em sua grande maioria esposas de policiais – fazem questão de gritar para quem quiser ouvir os problemas da corporação, que, segundo elas, chegaram a um nível insuportável. As queixas são muitas, mas a principal é o calote do Governo do Estado, que resultou despejos de PMs e falta de dinheiro para comprar comida.
Dois PMs que conheço foram despejados. Nossas contas estão atrasadas. Tem amigo que está quase perdendo o carro financiado. Alguns têm que escolher entre comer ou pagar o IPVA – afirma uma delas, que, como todas, não quis se identificar.
Debaixo do forte sol, elas disseram que não há dia marcado para ir embora. Elas vão lutar até o fim para que situações como essa deixem de acontecer:
Tem PM que não tem dinheiro para comprar comida. Não tem nem possibilidade de botar o combustível no carro.
Outra manifestante reclamou da insegurança do trabalho. Segundo ela, o marido sai para trabalhar sem saber se volta.
Nós, familiares, amigos ou conhecidos dos policiais, passamos por insegurança todo dia. É um trabalho muito perigoso. Todos querem sempre os seus direitos, mas nunca o direito dos outros – questiona, defendendo o direito de greve dos policiais, que é negado pelo regimento militar que impera na corporação.
Uma das esposas não viu o marido receber mesmo após trabalhar por três dias seguidos.
Durante as Olimpíadas, meu marido trabalhou três dias consecutivos e não recebeu por isso. O Regime Militar só pune o PM. O salário é a base da nossa manifestação. Mas não é só isso. Os policias enfrentam diariamente viatura com pneu careca, falta de munição... Tem PM empurrando viatura dentro de uma comunidade. Isso é absurdo – contesta ela, revoltada com o governo.

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