Mostrando postagens com marcador AJUFE. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador AJUFE. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 26 de junho de 2019

Juízes federais e Moro: 30 representam pela sua exclusão da AJUFE; 270 assinam Moção de Apoio pela sua permanência



O APOIO

Apoio a Moro hackeado mobiliza mais de 270 juízes federais em todo o país

Juízes federais afirmam que as mensagens atribuídas a Moro e integrantes da Lava Jato, ainda que autênticas, 'não ofendem o princípio da imparcialidade que rege a conduta de um magistrado'

Após um reduzido grupo de 30 magistrados representar pela exclusão de Sérgio Moro da Associação dos Juízes Federais (Ajufe), o ministro da Justiça e Segurança Pública recebeu uma moção de apoio assinada por 271 de seus ex-pares. Eles afirmam que as mensagens atribuídas a Moro e integrantes da Lava Jato, ainda que autênticas, ‘não ofendem o princípio da imparcialidade que rege a conduta de um magistrado’.

MOÇÃO DE APOIO DOS JUÍZES FEDERAIS A SÉRGIO MORO

Os juízes federais signatários do presente documento vem perante o Presidente da AJUFE - Associação dos Juízes Federais do Brasil expressar a presente Moção de Apoio ao ex-juiz federal Sérgio Fernando Moro, atualmente Ministro da Justiça e Segurança Pública da República Federativa do Brasil. 

Especificamente sobre as mensagens criminosamente obtidas atribuídas ao ex-juiz Sergio Fernando Moro e Procuradores da República integrantes da Força-Tarefa da Lava-Jato, entendemos que seu conteúdo até agora divulgado, ainda que seja autêntico e não tenha sido editado, não ofende o princípio da imparcialidade que rege a conduta de um magistrado. Todas as mensagens, ainda que recortadas para ampliar o sensacionalismo, revelam a preocupação do magistrado com os procedimentos, sem qualquer relação, por menor que seja, com o mérito de cada denúncia. Revelam ainda o diálogo interinstitucional republicano rotineiro em todos os fóruns do país, em relação ao qual magistrados, membros do Ministério Público, das Forças Policiais e membros da Ordem dos Advogados do Brasil - OAB estabelecem comunicação, muitas vezes verbal, mas também por aplicativos, de forma a resolver dúvidas, esclarecer procedimentos e impedir procrastinação e nulidades. O magistrado, como centro decisório, desse complexo sistema, não se encontra impedido de dialogar com os demais atores envolvidos sobre questões não relacionadas ao mérito da ação

Acreditamos que, enquanto juiz, Sérgio Fernando Moro jamais se desviou dos deveres exigidos de um magistrado sério, alinhado com os princípios éticos, comprometido com a busca da verdade e aplicação da Justiça, com o império da lei, com imparcialidade, atuando no maior caso de corrupção conhecido no mundo, com imensa dedicação, sacrifício e se sujeitando a riscos pessoais e familiares de toda ordem. 

No cumprimento de seus deveres, sempre com imparcialidade, julgou, condenou e também absolveu centenas de pessoas. Todas as suas decisões, sempre pautadas pela análise rigorosa da provas constantes nos autos, foram escrutinadas em várias instâncias recursais, através de centenas de recursos do próprio Ministério Público e dos advogados de defesa. Não admitimos que a excelência desse hercúleo trabalho, verdadeiro ponto de inflexão no combate à corrupção e crimes cometidos por poderosos, seja aviltada por mensagens inócuas e criminosamente obtidas. 

Por todos esses motivos, os juízes federais abaixo nominados assinam a presente Moção de Apoio e se colocam contrariamente a qualquer tentativa de se tisnar de mácula ética a conduta do ex-juiz federal Sérgio Fernando Moro, assim como retirá-lo dos quadros associativos da AJUFE (art. 11 do Estatuto).


Na segunda, 24, 30 juízes federais protocolaram na principal entidade da classe, a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), representação para que seja excluído da entidade o ministro Sérgio Moro, a quem atribuem ‘interação heterodoxa’ com procuradores da Lava Jato. A representação tem como base reportagens do The Intercept Brasil sobre conversas entre o ex-juiz federal e procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato.

OS SIGNATÁRIOS:
125/06/2019 11:33Adelmar Aires Pimenta da Silva

225/06/2019 11:06Adenir Pereira da Silva

325/06/2019 11:35Adriana Galvão Starr
425/06/2019 13:18Adriana Menezes de Rezende
525/06/2019 11:09Adriano José Pinheiro
625/06/2019 11:13Adverci Rates Mendes de Abreu
725/06/2019 11:30Agapito Machado
825/06/2019 10:54Agliberto Gomes Machado
925/06/2019 11:12Alessandro Rafael Bertollo de Alexandre
1025/06/2019 11:27Alexandre Buck Medrado Sampaio
1125/06/2019 13:49Alexandre Ferreira Infante Vieira
1225/06/2019 13:52Alexandre Zanin Neto
1325/06/2019 12:47Aline Lazzaron
1425/06/2019 13:59Aline Teresinha Ludwig Corrêa de Barros
1525/06/2019 16:23Aloysio Cavalcanti lima
1625/06/2019 10:26Amanda Gonçalez Stoppa
1725/06/2019 13:09Ana Beatriz Vieira da Luz Palumbo
1825/06/2019 12:34Ana Carine Busato Daros
1925/06/2019 12:56Ana Cristina Monteiro de Andrade Silva
2025/06/2019 11:41Ana Lídia Silva Mello Monteiro
2125/06/2019 10:37Ana Paula Tremarin Wedy
2225/06/2019 11:34Anderson Fernandes Vieira
2325/06/2019 10:29Anderson Furlan
2425/06/2019 11:23André Prado de Vasconcelos
2525/06/2019 10:25Andre Wasilewski Duszczak
2625/06/2019 12:56Andrea de Araujo Peixoto
2725/06/2019 14:30Anna Cristina Rocha Gonçalves
2825/06/2019 15:11Anne Karina Stipp Amador costa
2925/06/2019 12:18Antonio Carlos Almeida Campelo
3025/06/2019 12:20Antônio César Bochenek
3125/06/2019 15:22Antônio Fernando Schenkel do Amaral e Silva
3225/06/2019 11:53Arthur Pinheiro Chaves
3325/06/2019 10:35Bianca Geórgia Cruz Arenhart
3425/06/2019 10:58Braulino da Matta Oliveira Junior
3525/06/2019 11:26Bruno Souza Savino
3625/06/2019 12:08Caio Castagine Marinho
3725/06/2019 12:33Caio Márcio Gutterres Taranto
3825/06/2019 14:27Caio Roberto Souto de Moura
3925/06/2019 10:57Carla Dumont Oliveira de Carvalho
4025/06/2019 16:55Carla Teresa Bonfadini de Sa
4125/06/2019 12:53Carlos Eduardo Castro Martins
4225/06/2019 11:13Carolina Castro Costa Viegas
4325/06/2019 11:22Caroline Medeiros e Silva
4425/06/2019 11:49Cassio Murilo M Granzinoli
4525/06/2019 15:26Claudia Mantovani Arruga
4625/06/2019 14:33Claudia Maria Resende Neves Guimaraes
4725/06/2019 11:18Claudia Rocha Mendes Brunelli
4825/06/2019 14:01Claudio Roberto Canata
4925/06/2019 10:48Cleber Sanfelici Otero
5025/06/2019 11:00Clécio Alves de Araujo
5125/06/2019 12:19Cristiane Freier Ceron
5225/06/2019 11:08Cristiane M Botelho
5325/06/2019 12:26Cristiane Maria Bertolin Polli
5425/06/2019 11:21Cristiano Aurélio Manfrim
5525/06/2019 11:52Daniel Santos Rocha Sobral
5625/06/2019 15:08Danielle Perini Artifon
5725/06/2019 11:13Danilo Fontenelle Sampaio
5825/06/2019 11:37Dartanhan Vercingetórix de Araújo e Rocha
5925/06/2019 14:48Dasser Lettiere Jr
6025/06/2019 12:31David Rocha Lima de Magalhães e Silva
6125/06/2019 11:54Dayana Biao de Souza Moinhos Muniz
6225/06/2019 14:00Dayse Starling Motta
6325/06/2019 10:43Dênio Silva Thé Cardoso
6425/06/2019 11:50Derivaldo de Figueiredo Bezerra Filho
6525/06/2019 10:59Diana Maria Wanderlei da Silva
6625/06/2019 14:06Diego Câmara Alves
6725/06/2019 12:49Diego de Amorim Vitório
6825/06/2019 11:36Diego Fernandes Guimarães
6925/06/2019 14:50Douglas (Camarinha) Gonzales
7025/06/2019 10:34Edilberto Barbosa Clementino
7125/06/2019 12:32Edna Márcia Silva Medeiros Ramos
7225/06/2019 11:23Eduardo Correia da Silva
7325/06/2019 14:49Eduardo de Melo Gama
7425/06/2019 12:15Eduardo Kahler Ribeiro
7525/06/2019 12:02Eduardo Rivera Palmeira Filho
7625/06/2019 12:06Elder Fernandes Luciano
7725/06/2019 15:54Eliana Rita Maia Di Pierro
7825/06/2019 10:33Emanuel Alberto Sperandio Garcia Gimenes
7925/06/2019 11:07Emanuel José Matias Guerra
8025/06/2019 18:03Emilson da Silva Nery
8125/06/2019 11:24Erico Sanches Ferreira dos Santos
8225/06/2019 12:14Erik Navarro Wolkart
8325/06/2019 14:12Erivaldo Ribeiro dos Santos
8425/06/2019 11:14Fabiano Bley Franco
8525/06/2019 16:44Fábio Cordeiro de Lima
8625/06/2019 15:19Fábio Luparelli Magajewski
8725/06/2019 12:23Fabio Nunes de Martino
8825/06/2019 14:32Fabíola Queiroz de Oliveira
8925/06/2019 11:26Fabíola Utzig Haselof
9025/06/2019 11:52Fabrício Antonio Soares
9125/06/2019 11:48Fabricio Bittencourt da Cruz
9225/06/2019 11:07Felipe Raul Borges Benali
9325/06/2019 14:15Fernanda Bohn
9425/06/2019 18:57Fernando Cleber de Araújo Gomes
9525/06/2019 13:03Fernando Moreira Gonçalves
9625/06/2019 13:29Flávia de Toledo Cera
9725/06/2019 15:46Flávio Ayres dos Santos Pereira
9825/06/2019 12:36Francisco Luís Rios Alves
9925/06/2019 17:02Frederico Romaniello Teles Baeta Zebral
10025/06/2019 11:27Friedmann Wendpap
10125/06/2019 12:04Gabriel von Gehlen
10225/06/2019 13:08Gilson Jacobsen
10325/06/2019 12:22Gilvânklim Marques de Lima
10425/06/2019 11:09Giovani Bigolin
10525/06/2019 11:19Glêdison Marques Fernandes
10625/06/2019 14:25Grigório Carlos dos Santos
10725/06/2019 13:20Guilherme Doehler
10825/06/2019 16:42Gustavo Alves Cardoso
10925/06/2019 13:12Gustavo André Oliveira dos Santos
11025/06/2019 18:58Gustavo Chies Cignachi
11125/06/2019 16:10Hamilton de Sá Dantas
11225/06/2019 12:41Haroldo Nader
11325/06/2019 11:38Hélio Egydio Matos Nogueira
11425/06/2019 14:50Henrique Gouveia da Cunha
11525/06/2019 11:28Hermes Gomes Filho
11625/06/2019 12:09Isabela Rossi Cortes Ferrari
11725/06/2019 11:08Ivan Arantes Junqueira Dantas Filho
11825/06/2019 10:53ivanise perotoni
11925/06/2019 16:58Janaina Siqueira (Barreiros Leal)
12025/06/2019 14:33Jesus Crisóstomo de Almeida
12125/06/2019 13:52Joaldo Karolmenig de Lima Cavalcanti
12225/06/2019 14:32João Carlos Cabrelon de Oliveira
12325/06/2019 12:48João Miguel Coelho dos Anjos
12425/06/2019 11:11João Paulo Abe
12525/06/2019 11:50João Paulo Nery dos Passos Martins
12625/06/2019 17:45João Pedro Ayrimoraes Soares Júnior
12725/06/2019 11:23Joaquim Lustosa Filho
12825/06/2019 14:02José Airton de Aguiar Portela
12925/06/2019 16:59Jose Alexandre Franco
13025/06/2019 10:47José Antônio Savaris
13125/06/2019 17:47José Caetano Zanella
13225/06/2019 15:52José Carlos do Vale Madeira
13325/06/2019 12:57José Eduardo A. Leonel Ferreira
13425/06/2019 13:11José Eduardo de Almeida Leonel Ferreira
13525/06/2019 12:18José Eduardo Nobre Matta
13625/06/2019 13:04José Gutemberg de Barros Filho
13725/06/2019 13:45José Henrique Prescendo
13825/06/2019 11:42josé renato rodrigues
13925/06/2019 13:15Karen Éler Pesch
14025/06/2019 18:31Karine Costa Carlos Rhem da Silva
14125/06/2019 11:38Karla de Almeida Miranda Maia
14225/06/2019 13:45katia cilene balugar firmino
14325/06/2019 11:16Leandro André Tamura
14425/06/2019 10:34Leandro Cadenas Prado
14525/06/2019 15:31Leo Francisco Giffoni
14625/06/2019 12:16Leoberto Simão Schmitt Junior
14725/06/2019 12:00Leonardo Müller Trainini
14825/06/2019 13:36Leonardo Pessorrusso de Queiroz
14925/06/2019 11:28Lília Côrtes de Carvalho De Martino
15025/06/2019 16:15Lillian Pfleger
15125/06/2019 18:32Livia Maria de Mello Ferreira
15225/06/2019 11:51Lorena de Sousa Costa
15325/06/2019 14:19luciana laurenti gheller
15425/06/2019 15:25Luciana Mayumi sakuma
15525/06/2019 11:27Luis Eduardo Bianchi Cerqueira
15625/06/2019 11:40Luiz Airton de Carvalho. Juiz Federal Aposentado
15725/06/2019 12:35Manoel Pedro Martins de Castrol Filho
15825/06/2019 16:07Marcel Queiroz Linhares
15925/06/2019 18:41Marcello Granado
16025/06/2019 14:41Marcelo Carvalho Cavalcante de Oliveira
16125/06/2019 12:13Marcelo Honorato
16225/06/2019 12:10Marcelo Rebello Pinheiro
16325/06/2019 11:31Marcelo Roberto de Oliveira
16425/06/2019 14:23Márcia Souza e Silva de Oliveira
16525/06/2019 10:30Marcia Vogel Vidal de Oliveira
16625/06/2019 17:23Marco Falcão Critsinelis
16725/06/2019 11:25Marcos Cesar Romeira Moraes
16825/06/2019 13:08Marcos Francisco Canali
16925/06/2019 10:51Marcos Josegrei da Silva
17025/06/2019 11:28Marcos roberto araujo dos santos
17125/06/2019 14:22Marcos Vinicius Lipienski
17225/06/2019 12:07Marga Barth Tessler
17325/06/2019 13:36Maria Alice Paim lyard
17425/06/2019 11:37Maria cristina Botelho
17525/06/2019 11:53Maria do Carmo Cardoso
17625/06/2019 14:25Maria Edna Fagundes Veloso
17725/06/2019 13:16Maria Isabel Pezzi Klein
17825/06/2019 13:31Maria Izabel Gomes Sant’Anna de Araujo
17925/06/2019 15:23Maria lucia luz leiria
18025/06/2019 14:56Marianina Galante
18125/06/2019 13:02Marianna Carvalho Bellotti
18225/06/2019 17:35Marila da Costa Perez
18325/06/2019 12:07Marília Rechi Gomes de Aguiar Leonel Ferreira
18425/06/2019 11:16Mário de Paula Franco Júnior
18525/06/2019 11:28Marta Ribeiro Pacheco
18625/06/2019 14:24Matheus Gaspar
18725/06/2019 11:25Mauro Spalding
18825/06/2019 11:10Monica Aparecida Bonavina Camargo
18925/06/2019 11:51Monica Lucia do Nascimento Frias
19025/06/2019 11:25Monique Martins Saraiva
19125/06/2019 11:59Moser Vhoss
19225/06/2019 19:09Murilo Fernandes de Almeida
19325/06/2019 10:35Narendra Borges Morales
19425/06/2019 13:14Neian Milhomem Cruz
19525/06/2019 14:36Nelson Liu Pitanga
19625/06/2019 15:15Ney Gustavo Paes de Andrade
19725/06/2019 11:56Nicolau Konkel Junior
19825/06/2019 12:59Nilce Cristina Petris de Paiva
19925/06/2019 14:08Noemi Martins de Oliveira
20025/06/2019 14:31Olívia Mérlin Silva
20125/06/2019 10:57Omar Bellotti Ferreira
20225/06/2019 13:09Paula Emilia Moura Aragão de Sousa Brasil
20325/06/2019 13:54Paula Mantovani Avelino
20425/06/2019 14:27Paulo Ernane Moreira Barros
20525/06/2019 12:43Paulo Gonçalves de Oliveira Filho
20625/06/2019 12:09Paulo Leandro Silva
20725/06/2019 13:44Pedro Hollyday
20825/06/2019 11:17Pedro Luis Piedade Novaes
20925/06/2019 12:40Pollyanna Kelly Maciel Medeiros Martins Alves
21025/06/2019 12:49Rafael Andrade de Margalho
21125/06/2019 17:09Rafael de Sousa Branquinho e Assis
21225/06/2019 12:07Rafael Lago Salapata
21325/06/2019 11:40Reginaldo Márcio Pereira
21425/06/2019 11:09Regivano Fiorindo
21525/06/2019 11:21Renata Costa Moreira Musse Lopes
21625/06/2019 13:40Renato Barth Pires
21725/06/2019 12:16Ricardo Augusto Soares Leite
21825/06/2019 14:58Ricardo Machado Rabelo
21925/06/2019 15:32Ricardo Uberto Rodrigues
22025/06/2019 11:14Ricardo William Carvalho dos Santos
22125/06/2019 11:01Roberta Monza Chiari
22225/06/2019 14:00Roberto Carlos de Oliveira
22325/06/2019 11:42Roberto Cristiano Tamantini
22425/06/2019 11:11Roberto Lemos dos Santos Filho
22525/06/2019 15:15Roberto Wanderley Nogueira
22625/06/2019 13:50Rodolfo Kronemberg Hartmann
22725/06/2019 14:00Rodrigo Britto Pereira Lima
22825/06/2019 11:47Rodrigo de Godoy Mendes
22925/06/2019 17:04Rodrigo de Souza Cruz
23025/06/2019 11:26Rodrigo Gasiglia de Souza
23125/06/2019 11:28Rodrigo Pinheiro do Nascimento
23225/06/2019 14:38Roger de Curtis Candemil
23325/06/2019 12:14Romulo Gobbi do Amaral
23425/06/2019 16:00Ronaldo Santos de Oliveira
23525/06/2019 10:42Rony Ferreira
23625/06/2019 11:27Rosa Maria Pedrassi de Souza
23725/06/2019 14:38Rosana Campos Pagano
23825/06/2019 12:04Rosilene maria clemente S Ferreira
23925/06/2019 14:51Sabrina Bonfim de Arruda Pinto
24025/06/2019 15:49Sabrina Ferreira Alvarez de Moura Azevedo
24125/06/2019 12:18Sandra Maria Correia da Silva
24225/06/2019 11:07Sandro Helano Soares Santiago
24325/06/2019 12:52Sandro Nunes Vieira
24425/06/2019 11:19Sérgio Fiuza Tahim de Sousa Brasil
24525/06/2019 12:58Sérgio Renato Tejada Garcia
24625/06/2019 14:37Sergio Ruivo
24725/06/2019 12:59Simone Diniz Bretas
24825/06/2019 12:41Sócrates Hopka Herrerias
24925/06/2019 12:16Solange Salgado da Silva
25025/06/2019 10:45Soraia Tullio
25125/06/2019 10:47Stella Malvezzi
25225/06/2019 12:23Suane Moreira Oliveira
25325/06/2019 12:01Tarcisio Barros Borges
25425/06/2019 10:53Tatiana de Oliveira Lavigne
25525/06/2019 11:48Tiago do Carmo Martins
25625/06/2019 12:37Valeria da Silva Nunes
25725/06/2019 13:52Valkiria Kelen de Souza
25825/06/2019 14:40Vanderlei Pedro Costenaro
25925/06/2019 16:48Vanessa Vieira de Mello
26025/06/2019 12:10Vanila Cardoso Andre de Moraes
26125/06/2019 11:17Vera Lucia Feil Ponciano
26225/06/2019 12:27Verbena Duarte Brito de Carvalho
26325/06/2019 11:22Victor Oliveira de Queiroz
26425/06/2019 14:21Victor Saboya
26525/06/2019 11:42Vitor Barbosa Valpuesta
26625/06/2019 12:42Vitor Marques Lento
26725/06/2019 14:30Walisson Gonçalves Cunha
26825/06/2019 13:06Wanessa C. Molinaro Ferreira Serafim
26925/06/2019 12:24Warney Paulo Nery Araujo
27025/06/2019 10:35Wesley Schneider Collyer
27125/06/2019 12:27William Douglas Resinente dos Santos

Luiz Vassallo e Fausto Macedo

Fonte: "estadao"

A CRÍTICA

Trinta juízes federais querem exclusão de Moro de associação de classe

Ex-colegas de toga do ministro da Justiça e Segurança Pública criticam relações com procuradores da Operação Lava Jato

Um grupo de 30 juízes federais protocolaram, nesta segunda, 24, na principal entidade da classe, a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), representação para que seja excluído da entidade o ministro Sérgio Moro, a quem atribuem ‘interação heterodoxa’ com procuradores da Lava Jato.

A representação tem como base reportagens do The Intercept Brasil sobre conversas entre o ex-juiz federal e procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato.

São narrados, no corpo das matérias, série de episódios que, caso venham a ser confirmados, são de extrema gravidade”, afirmam.

Os juízes afirmam que, ‘segundo os diálogos, o representado aconselha e orienta a acusação, cobra agilidade; refere-se a pessoas delatadas como inimigos, sugerindo que apenas 30% sejam investigados; fornece ‘fonte’ a membro do MPF; sugere a substituição de uma procuradora em determinada audiência, demonstrando preocupação com o desempenho da acusação; antecipa decisão a uma das partes, e desdenha da Defesa’.

Em que pese a controvertida legalidade na forma de obtenção das referidas mensagens, a merecer investigação sob as regras do devido processo legal e as garantias constitucionais, a divulgação por órgão de imprensa está protegida pelo art 5º, inciso XIV, da Constituição da República”, afirmam.

Entendemos, portanto, que a confirmação da prática de tais condutas impede a homenagem ou o título honorífico por parte da AJUFE, sob pena de comprometimento da credibilidade da associação e do próprio Poder Judiciário perante a sociedade”, dizem.

LEIA A REPRESENTAÇÃO:

AO EXMO. SR. PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DOS JUÍZES FEDERAIS DO BRASIL, FERNANDO MENDES Nós, juízes e juízas federais abaixo assinados(as), filiados(as) à Associação dos Juízes Federais do Brasil – AJUFE, vimos, por meio deste, nos termos do art. 75, inciso II, do Estatuto da entidade, apresentar REPRESENTAÇÃO em desfavor do sócio benemérito SÉRGIO FERNANDO MORO, com fundamento nos fatos a seguir: Como é de conhecimento notório, foram divulgadas, nos dias 09, 12 14 e 18/06/2019, pela agência de notícias “THE INTERCEPT BRASIL”, informações sobre comunicações realizadas entre Sergio Fernando Moro, atual Ministro da Justiça, e os Procuradores da República Deltan Dallagnol e Carlos Fernando dos Santos Lima, que teriam ocorrido no período em que o representado ainda integrava os quadros da magistratura federal:
1-https://theintercept.com/2019/06/09/chat-moro-deltan-telegram-lava-jato/ 2-https://theintercept.com/2019/06/12/chat-sergio-moro-deltan-dallagnol-lavajato/ 3-https://theintercept.com/2019/06/14/sergio-moro-enquanto-julgava-lula-sugeriu-a-lavajato-emitir-uma-nota-oficial-contra-a-defesa-eles-acataram-e-pautaram-a-imprensa/ 4-https://theintercept.com/2019/06/18/lava-jato-fingiu-investigar-fhc-apenas-para-criarpercepcao-publica-de-imparcialidade-mas-moro-repreendeu-melindra-alguem-cujo-apoio-eimportante/

As reportagens em questão indicam que pode ter havido uma interação heterodoxa entre o então magistrado Sergio Moro e membros do MPF.

São narrados, no corpo das matérias, série de episódios que, caso venham a ser confirmados, são de extrema gravidade. Segundo os diálogos, o representado aconselha e orienta a acusação, cobra agilidade; refere-se a pessoas delatadas como inimigos, sugerindo que apenas 30% sejam investigados; fornece ‘fonte’ a membro do MPF; sugere a substituição de uma procuradora em determinada audiência, demonstrando preocupação com o desempenho da acusação; antecipa decisão a uma das partes, e desdenha da Defesa.

2 Em que pese a controvertida legalidade na forma de obtenção das referidas mensagens, a merecer investigação sob as regras do devido processo legal e as garantias constitucionais, a divulgação por órgão de imprensa está protegida pelo art 5º, inciso XIV, da Constituição da República. O representado, em nota que divulgou acerca da referida denúncia jornalística (https://epoca.globo.com/guilherme-amado/moro-fala-em-invasao-criminosa-nao-veanormalidade-em-supostas-mensagens-23728323), não negou a veracidade das comunicações divulgadas, tendo se limitado a afirmar que não vê anormalidade nas mensagens e que as conversas estão fora de contexto.

Entendemos que as condutas expostas na publicação jornalística, caso confirmadas, são totalmente contrárias aos princípios éticos e às regras jurídicas que devem reger a atuação de um magistrado, pois quando um juiz atua de forma parcial, chegando ao ponto de confundir sua atuação com a do órgão acusador, a credibilidade do Poder Judiciário é posta em xeque.

A AJUFE, enquanto entidade que congrega os e as magistradas da Justiça Federal, tem por objetivos pugnar pelo fortalecimento do Poder Judiciário e de seus integrantes, pelo aperfeiçoamento do Estado Democrático de Direito e pela plena observância dos direitos humanos (art. 5º, I, do Estatuto).

Nesse sentido, nos afigura inadequado, como sugerem determinadas mensagens publicadas, que a AJUFE possa ter sido utilizada para tentar influenciar a opinião pública em relação a algum processo ou mesmo que possa defender o mérito de decisões judiciais, pois estas são sujeitas ao crivo de órgãos jurisdicionais compostos por outros associados.

A categoria de sócio benemérito pressupõe que o homenageado tenha contribuído com serviços relevantes à AJUFE.

Ora, os fatos revelados na matéria jornalística, não negados pelo representado, se porventura comprovados, indicariam ofensa ao Estado Democrático de Direito, comprometimento da imparcialidade da jurisdição e fomento de descrédito do Poder Judiciário como um todo e da Justiça Federal, em especial.

Entendemos, portanto, que a confirmação da prática de tais condutas impede a homenagem ou o título honorífico por parte da AJUFE, sob pena de comprometimento da credibilidade da associação e do próprio Poder Judiciário perante a sociedade.

3 Requeremos, dessa forma, a abertura de processo administrativo disciplinar, com rigorosa observância do contraditório e da ampla defesa, com vistas à apuração interna dos fatos relatados.

Na hipótese de confirmação, por forma lícita, das condutas apontadas, se configurado o desrespeito ao Estatuto e o prejuízo moral causados à AJUFE, ao Poder Judiciário e ao Estado Democrático de Direito, requeremos a exclusão do quadro social da AJUFE do sócio benemérito Sérgio Fernando Moro, cuja concessão foi aprovada em reunião da diretoria da entidade, realizada em Buenos Aires, Argentina, no dia 22/10/2018. Recebida a representação, requer-se a suspensão cautelar do representado das atividades associativas, inclusive da participação na Lista AJUFE.

Brasília, 24 de junho de 2019.

Assinam:

Ana Inés Algorta Latorre, Seção Judiciária RS

Carlos Adriano Miranda Bandeira, Seção Judiciária RJ
Catarina Volkart Pinto, SJRS
Célia Regina Ody Bernardes, SJMG
Cláudia Dadico, SJSC
Cláudio Henrique Fonseca de Pina, SJPA
Diego Carmo de Sousa, SJBA
Fábio Henrique Rodrigues de M. Fiorenza, SJMT
Felipe Mota Pimentel de Oliveira, JFPE
Filipe Aquino Pessôa de Oliveira, SJBA
Gilton Batista Brito, SJSE
Heloísa Helena Sérvulo da Cunha, TRF3
Ivo Anselmo Höhn Junior, SJMA
Jacques de Queiroz Ferreira, SJMG
Jailsom Leandro de Sousa, SJSE
Jorge Luís Girão Barreto, SJCE
José Carlos Garcia, SJRJ
Lincoln Pinheiro Costa, SJBA
Luciana Bauer, SJPR
Marcelo Elias Vieira, SJRO
Marcelo Motta de Oliveira, SJMG
Marcus Vinicius Reis Bastos, SJDF
Paulo Cézar Alves Sodré, SJMT
Rafael Rihan P. Amorim, SJRJ
Raquel Domingues do Amaral, SJMS
Ricardo José Brito Bastos Aguiar de Arruda, JFCE
Rodrigo Gaspar de Mello, SJRJ
Rosmar Antonni Rodrigues Cavalcanti de Alencar, SJAL
Sérgio de Norões Milfont Júnior, SJCE
Victor Curado Silva Pereira, SJMA

Luiz Vassallo e Fausto Macedo
Fonte: "estadao"

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Fora Renan 2

A Ministra Cármen Lúcia, Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), exigiu nesta terça-feira (25) "respeito" ao Judiciário por parte do Legislativo e Executivo. Ao abrir a sessão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) - órgão de controle dos tribunais que ela também preside -, a ministra disse que os poderes devem buscar a "harmonia" em benefício do cidadão.

"Declaro aberta esta sessão do Conselho Nacional de Justiça, órgão do Poder Judiciário brasileiro, constitucionalmente instituído para o fim especifico de não apenas nos zelarmos e zelar pelas melhores práticas do Poder Judiciário, como para garantir a força, a independência, a autonomia do Poder Judiciário. Respeito que nós devemos e guardamos com os poderes e evidentemente exigimos igualmente de todos os poderes em relação a nós.

O juiz brasileiro é um juiz que tem trabalhado pela República, como trabalhou pelo império. Somos humanos, temos erros. Por isso existe esse Conselho Nacional de Justiça, para fortalecer um poder Judiciário coerente com os princípios constitucionais, com as demandas e aspirações do povo brasileiro.

Mas por isso mesmo nós nos portamos com dignidade em relação à Constituição, uma vez que nós juramos à Constituição, todos nós juízes brasileiros. E nessa Constituição, em seu artigo 2º, se tem que são poderes da República independentes e harmônicos, o Legislativo, O Executivo e o Judiciário. Numa democracia, o juiz é essencial como são essenciais os membros de todos os outros poderes, repito que nós respeitamos.

Mas queremos também, queremos não, exigimos o mesmo e igual respeito para que a gente tenha democracia fundada nos princípios constitucionais, nos valores que nortearam não apenas a formulação, mas a prática dessa Constituição.


Todas as vezes que um juiz é agredido, eu e cada um de nós juízes é agredido. E não há a menor necessidade de numa convivência democrática livre e harmônica, haver qualquer tipo de questionamento que não seja nos estreitos limites da constitucionalidade e da legalidade.

O Poder Judiciário forte é uma garantia para o cidadão. Todos os erros, jurisdicionais ou administrativos que eventualmente venham a ser praticados por nós juízes, humanos que somos, portanto sujeitos a erros, no caso jurisdicional, o Brasil é prodigo que qualquer pessoa possa questionar e questione pelos meios recursais próprios os atos. O que não é admissível aqui, fora dos autos, qualquer juiz seja diminuído ou desmoralizado. Porque como eu disse, onde um juiz for destratado, eu também sou. Qualquer um de nós juízes é.

Esse Conselho Nacional de Justiça, como todos os órgãos do Poder Judiciário, está cumprindo a sua função da melhor maneira e sabendo que nossos atos são questionáveis. Os meus, no Supremo, o juiz do Tribunal Regional do trabalho, um juiz de primeira instância. Somos todos igualmente juízes brasileiros querendo cumprir nossas funções.


Espero que isso seja de compreensão geral, de respeito integral. O mesmo respeito que nós Poder Judiciário dedicamos a todos os órgãos da República, afinal somos sim independentes e estamos buscando a harmonia em benefício do cidadão brasileiro. Espero que isso não seja esquecido por ninguém, porque nós juízes não temos nos esquecido disso".

A Associação Nacional dos Procuradores da República divulgou nota para "lamentar e repudiar" Renan Calheiros, que chamou de juizeco o magistrado responsável pela Operação Métis.


"A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) vem a público lamentar e repudiar as palavras exaradas pelo presidente do Senado Federal, Renan Calheiros, desta segunda-feira, 24, no que tange a Operação Métis. As declarações são tão mais graves porquanto advindas do Chefe de uma das Casas do Poder Legislativo, de quem se deveria sempre esperar a defesa da democracia e da ordem jurídica, e não menosprezo aos demais poderes ou defesa de privilégios até territoriais absolutamente descabidos em uma República, e inexistentes na Constituição.
O respeito por todos devido e empenhado ao Poder Legislativo não pode ser estendido a palavras que infelizmente representaram um ataque não somente ao Juiz Federal responsável pela Operação Métis – nominado em infeliz declaração de "juizeco” pelo Presidente do Senado - mas a todo o sistema de Justiça, aos órgãos que nele atuam e ao estado de direito. Esta operação não foi a primeira a ter desdobramentos envolvendo funcionários ou dependências do Congresso Nacional, como outras já ocorreram em sedes de poderes Executivo, Ministério Público ou do próprio Poder Judiciário, o que é e sempre foi visto e tratado de forma absolutamente natural, desde que, como se deu também na Operação Métis, realize-se sob a ordem da autoridade judicial competente e de acordo com a lei. Qualquer inconformismo pode ser manifestado pelas formas e recursos próprios no devido processo legal.
Não há cidadão, autoridade ou qualquer espaço público ou privado que esteja acima da Lei e da Constituição, ou a salvo de investigação e processo, quando presentes indícios de crime. Por outro lado, a Constituição define expressa e exaustivamente os casos em que o foro judicial cabível é extraordinário, e nenhuma autoridade de tal rol foi atingida ou parece ser investigada na Operação Métis. O juiz natural no caso, portanto, é o Juiz Federal, que a exerce em nome do estado com a mesma força e legitimidade com que o faria o Supremo ou qualquer outra corte se a jurisdição lhe coubesse.
Em uma República não há lugar para privilégios. Todos são iguais perante a Lei e perante a Justiça. Por esta razão, a ANPR manifesta-se uma vez mais pela revisão e extinção dos foros especiais hoje previstos na Constituição, instituto anacrônico e nada republicano. E por maior razão ainda lamenta profundamente e repudia a tentativa que parece emanar da direção do Senado Federal de estender por vias interpretativas frágeis e tortas o foro privilegiado concedido a pessoa dos senadores à toda estrutura funcional e mesmo ao espaço físico do Senado Federal.
Confiam os Procuradores da República que tal retrocesso aos princípios democráticos e republicanos não encontrará guarida no Supremo Tribunal Federal; e findará por ser revisto pelo próprio Senado ao dar-se conta a Casa Legislativa de que a democracia e a federação que representa são incompatíveis com privilégios e imunidades que nada têm a ver com o cumprimento de suas funções constitucionais.
É dever do Estado, sempre que se deparar com possíveis atos ilícitos, tomar as providências cabíveis, procedendo à investigação e apuração de forma técnica e impessoal, sem olhar a quem. Esses são os valores que norteiam os países onde vigora o Estado de Direito. Sendo assim, a ANPR endossa as palavras da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), solidarizando-se com o Juiz da 10ª Vara Federal de Brasília/DF, Vallisney de Souza Oliveira, responsável pela Operação Métis, e com o Procurador da República Frederico Paiva, promotor natural do caso. Ambos agiram de forma escorreita, cuidadosa e respeitosa para com lei e para com a democracia e as instituições.

Representando mais de 1.200 Procuradores da República, a ANPR confia ainda nas instituições e no respeito e harmonia entre os poderes independentes da República Federativa do Brasil."

Nota da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) 

"A Ajufe vem a público manifestar repúdio veemente e lamentar as declarações do presidente do Senado Federal, Renan Calheiros, que chamou de "juizeco" o juiz da 10ª Vara Federal de Brasília/DF, Vallisney de Souza Oliveira, responsável pela Operação Métis, a quem se presta a mais ampla e irrestrita solidariedade.
Vale lembrar que tal operação refere-se a varreduras, por agentes da polícia legislativa, em residências particulares de senadores para identificar eventuais escutas telefônicas instaladas com autorização judicial, com o propósito de obstruir investigações da Operação Lava Jato, o que, se confirmado, representa nítida afronta a ordens emanadas do Poder Judiciário.

Tal operação não envolveu qualquer ato que recaísse sobre autoridade com foro privilegiado, em que pese o presidente do Senado Federal seja um dos investigados da Operação Lava Jato, senão sobre agentes da polícia legislativa de tal casa, que não gozam dessa prerrogativa, cabendo, assim, a decisão ao juiz de 1ª instância.

De outro lado, havendo qualquer tipo de insurgência quanto ao conteúdo da referida decisão, cabem aos interessados os recursos previstos na legislação pátria, e não a ofensa lamentável perpetrada pelo presidente do Senado Federal, depreciativa de todo o Poder Judiciário.

Esse comportamento, aliás, típico daqueles que pensam que se encontram acima da lei, só leva à certeza que merece reforma a figura do foro privilegiado, assim como a rejeição completa do projeto de lei que trata do abuso de autoridade, amplamente defendido pelo senador Renan Calheiros, cujo nítido propósito é o de enfraquecer todas as ações de combate à corrupção e outros desvios em andamento no País".

Roberto Veloso
Presidente da Ajufe


Nota Pública da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) sobre as graves declarações do senador Renan Calheiros
"A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) repudia veementemente as graves declarações do presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros, ao desqualificar a Justiça de Primeiro Grau e, consequentemente, toda a magistratura nacional.
A garantia do trabalho de juízes dentro de suas esferas de competência, como ocorreu no caso, é um dos pilares do Estado Democrático de Direito, e qualquer obstrução a investigações de órgãos do Poder Judiciário constitui crime e representa um atentado às instituições democráticas.
O histórico avanço das investigações de esquemas de corrupção, muitas vezes envolvendo importantes autoridades da República, naturalmente gera reações, mas não se pode admitir neste contexto práticas típicas de regimes totalitários onde as cúpulas são blindadas, não raras vezes tendo como primeiro ato retaliar e promover a cassação de magistrados, como já ocorreu em nosso País e ainda ocorre em diversas partes do mundo.
A tentativa do presidente do Congresso em desengavetar o Projeto de Lei de Abuso de Autoridade (PLS 280/2016), já denunciada pela AMB e repudiada em ato público, é exemplo de ações incessantes, por diversos meios, de enfraquecer o Judiciário e põe em risco todo o combate à corrupção em curso no Brasil, numa clara manobra para intimidar autoridades na aplicação da lei penal em processos que envolvem investigados influentes.
É inaceitável a desqualificação da magistratura e a AMB não transigirá na luta pela manutenção do papel do Poder Judiciário na República e na garantia de sua atuação autônoma e independente, não podendo servir a figura do foro privilegiado como escudo a qualquer tipo de ataque ao Estado Democrático de Direito e às instituições que lhe dão sustentação.
João Ricardo Costa
Presidente da AMB

sábado, 16 de janeiro de 2016

Resposta da Associação dos Juízes Federais (AJUFE) a carta aberta dos advogados da Lava-Jato

"A quebra de um paradigma vigente na sociedade nunca vem desacompanhada de manifestações de resistência. Gritam e esperneiam alguns operadores desse frágil sistema que se sentem desconfortáveis com a nova nova realidade vigente.

Há décadas, a imprensa brasileira veicula notícias referentes a desvios de bens e recursos públicos, cujos responsáveis, políticos, empresários, pessoas poderosas, raramente pagavam pelo crime cometido. O poder financeiro ainda lhes  possibilita contratar renomadas bancas de advogados para ingressar com infindáveis recursos protelatórios nos tribunais – manobras que, em geral, levavam à prescrição da pena e à impunidade do infrator. Um modelo que começa a ruir.

Tal quadro começou a se alterar nos últimos anos, fruto da redemocratização do país e da Constituição Federal de 1988. O Poder Judiciário, o Ministério Público e a Polícia Federal vem adquirindo cada vez mais autonomia, tanto do ponto de vista orçamentário como operacional. É aí que surge um novo capítulo na história do Brasil.

A Operação Lava Jato coroa um lento e gradual processo de amadurecimento das instituições republicanas brasileiras, que não se colocam em posição subalterna em relação aos interesses econômicos. A Justiça Federal realiza um trabalho imparcial e exemplar, sem dar tratamento privilegiado a réus que dispõem dos recursos necessário para contratar os advogados mais renomados do país. Essa ausência de benesses resulta em um cenário incomum: empreiteiros, políticos e dirigentes partidários sendo presos.

Aqueles que não podem comprovar seu ponto de vista pela via do Direito só têm uma opção: atirar ilações contra a lisura do processo. Fazem isso em uma tentativa vã de forjar na opinião pública a impressão de que a prisão é pena excessiva para quem desviou mais de R$ 2 bilhões de reais, montante já recuperado pela Operação Lava Jato.

A Lava Jato não corre frouxa, isolada, inalcançável pelos mecanismos de controle do Poder Judiciário. Além de respaldada pelo juízo federal de 1º grau, a operação tem tido a grande maioria de seus procedimentos mantidos pelo Tribunal Regional Federal da 4ª região (TRF4), pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Aludir genericamente a violações de regras do “justo processo” sem a correspondente ação judicial reparatória é mero falatório, fumaça, que não gera benefício nem para o cliente pretensamente protegido.

O desrespeito aos direitos dos réus, por quem quer que seja, é uma conduta passível de questionamento. Nada impede que um advogado, se estiver certo da violação, postule a devida correção no âmbito da Justiça.

Quando há provas de um vício ou equívoco processual, o natural é apresentá-las ao Tribunal, para que se mude o curso do caso. Quando elas não existem, uma carta nos jornais parece um meio de dar satisfação aos próprios contratantes. Os advogados não podem tirá-los da cadeia – as condenações estão sendo corroboradas pelas instâncias superiores do Judiciário – então, a única solução encontrada é reclamar em alto e bom som.

Interessante notar como as críticas de alguns poucos advogados revelam o desajeito deles com este novo contexto. Tal se revela na busca de neologismos marqueteiros para desqualificar a situação nascente. Chamar de neoinquisição o funcionamento das instituições republicanas é um desrespeito com as verdadeiras vítimas históricas da inquisição, que – todos sabemos – perseguiu, torturou e assassinou, por motivos religiosos. Na ausência do que dizer, atacam desmedidamente e revelam escasso conhecimento histórico.

A impossibilidade de se ganhar a causa dentro do devido processo legal leva a todo tipo de afronta à decisão tomada em juízo. O manifesto desse pequeno grupo de advogados dá a entender a ideia absurda de que o Judiciário, o Ministério Público e a Polícia Federal se uniram com o propósito de manejar a opinião pública para pressionar o próprio Judiciário. Não só a história não é factível, como parece o roteiro de uma teoria ficcionista da conspiração.

A posição institucional da OAB, que mantém uma postura de respeito às instituições é louvável. A maioria dos advogados têm respaldado as investigações conduzidas. 

Sabemos que a iniciativa de ataque à Lava Jato é isolada e decorrente do desespero de quem se vê diante da perda iminente e definitiva da causa.

Diversos advogados têm endossado as ações da Lava-Jato, em pronunciamentos públicos. As leviandades expressas na carta não encontram eco na advocacia brasileira.

Sobre os supostos “vazamentos” de informações sigilosas, destaca-se que os processos judiciais, em regra, são públicos e qualquer pessoa pode ter acesso, inclusive às audiências, salvo nas hipóteses de segredo de justiça de acordo com as previsões legais dos artigos 5º, LX, e 93, IX da Constituição. A publicidade dos processos e das decisões judiciais visa exatamente a garantir o controle público sobre a atividade da Justiça.

A magistratura federal brasileira está unida e reconhece a independência judicial com princípio máximo do Estado Democrático de Direito. Assim, reconhece também a relevância de todas as decisões de todos os magistrados que trabalharam nestes processos e, em especial, as tomadas pelo juiz federal Sérgio Moro, no 1º grau, pelo desembargador João Pedro Gebran Neto, relator dos processos da Lava Jato no TRF4, e pelos desembargadores Victor Luiz dos Santos Laus e Leandro Paulsen, que também compõem a 4ª turma.

No STJ, sabemos quão operosos são os ministros Felix Fischer, relator dos processos da Lava Jato, e Jorge Mussi, Gurgel de Faria, Reynaldo Soares e Ribeiro Dantas, que compõem a 5ª turma. Eles não se prestam à violação de direitos de qualquer réu.

Da mesma forma, confiamos plenamente nos ministros Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF, e Celso de Mello, Gilmar Mendes, Carmém Lucia e Dias Toffoli, que integram a 2ª turma, bem como nos demais Ministros da Corte. Eles dão a garantia final de que os processos da Lava Jato correram conforme o devido processo legal.

A magistratura brasileira avançou muito nos últimos anos, assim como a nossa sociedade democrática. Os magistrados não sucumbirão àqueles que usam o Direito e Justiça para perpetuar impunidades sob o manto do sagrado direto de defesa.


Ajufe – Associação dos Juízes Federais do Brasil.

Para quem quiser ler a carta aberta dos advogados da Lava-jato clique no link abaixo: