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quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Campanha educativa de combate à corrupção é lançada no Rio

Evento reuniu integrantes do MPF e representantes da sociedade civil. Foto: Ascom PRRJ

MPF articula evento com palestras e show e atrai mais de 400 cidadãos

"Em toda sociedade disposta a combater a corrupção, a repressão a esse crime e a educação do valor da integridade devem andar juntas. A reflexão foi uma das muitas ideias trocadas com mais de 400 pessoas que compareceram à Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), na noite do dia 4, para o evento “Educação, sim! Corrupção, não!”, que lançou a campanha educativa Todos juntos contra a corrupção” no Rio de Janeiro. O público superou a expectativa da comissão organizadora, com integrantes do Ministério Público Federal (MPF), da sociedade civil e de instituições reunidas na Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Ativos (Enccla).



Os benefícios da educação de qualidade, como a difusão de valores como a ética e a cidadania, foram contrastados aos males da corrupção na fala de abertura da procuradora da República Maria Cristina Cordeiro. “A corrupção mata, devasta nossas esperanças e nos humilha diante de sua força avassaladora”, frisou a coordenadora nacional do projeto Ministério Público pela Educação (MPEduc). “Faremos tudo que estiver a nosso alcance para salvar o Brasil dessa maldição. Mas, se temos uma chance, ela virá a partir da educação.” O público respondeu com vigor seu pedido de aplausos à Uerj, cuja atual crise de financiamento fez dela “triste símbolo” dos efeitos da corrupção.



A plateia foi convidada a refletir sobre o papel de cada um na prevenção cotidiana de crimes como a corrupção. Em sua palestra, a promotora de Justiça Luciana Asper (MPDFT) alertou que não basta a atuação anticorrupção de instituições como o Ministério Público. “Freios morais não desaparecem da noite para o dia”, destacou a coordenadora da campanha “Todos juntos pela educação”, que deu exemplos de como cidadãos comuns podem acabar “se vendendo” por cifras na casa das dezenas de reais. “Às vezes, pagamos o INSS da funcionária pelo salário mínimo, sem ter a integridade de pagar pelo valor que ela realmente ganha.” A promotora expôs bons projetos de instituições para disseminar a honestidade e outros valores, como o “Controladoria nas escolas”, do Ministério da Transparência (antiga Controladoria-Geral da União) para ensinar sobre controle social a estudantes.



Somos brasileiros e honestos” é uma das ideias-chave da carta “Educação, sim! Corrupção, não!” lida com firmeza no evento pela procuradora regional da República Mônica de Ré, da força-tarefa Lava Jato no MPF na 2a Região (RJ/ES). O documento adverte que o combate à corrupção deve ser lembrado todo dia, e não apenas em 9 de dezembro, marco desse enfrentamento fixado nas Nações Unidas: “Nossa certeza de que brasileiros e brasileiras nos definimos também pela honestidade e o combate à corrupção é um ato diário e levou à campanha Todos juntos contra a corrupção, de conscientização sobre como a educação e a cultura são instrumentos para o orgulho de ser honesto”.



Problema que angustia - A angústia dos brasileiros com a corrupção foi um ponto de partida da palestra do economista Gil Castello Branco, da ONG Contas Abertas. Segundo pesquisa citada por ele, 62,3% dos brasileiros escolheram recentemente a corrupção como problema que mais os angustia. Ele justapôs alguns maus indicadores de desempenho educacional do Brasil com a má colocação no ranking dos países com maior percepção de corrupção. “Não haverá mudanças significativas no país sem melhorar a educação. É difícil imaginar com o que pode sonhar o país com uma educação dessa qualidade”, disse o fundador e secretário-geral da Contas Abertas, defensor de uma convergência dos combates à corrupção nas escolas e nos tribunais. “Não é só a educação nem só a punição que vão resolver.”


A programação foi encerrada com a participação solidária do ator Nelson Freitas, que fez o público gargalhar e refletir com seu show de stand-up. Ele definiu essa apresentação como uma das melhores em seus mais de 30 anos de carreira. “Quem está aqui não quer ficar em casa, reclamando, em vez de fazer algo para mudar. Cada um de vocês é uma sementinha para espalhar a sensação de que esse país tem jeito”, afirmou Freitas, que ainda convocou todos a desmentirem a frase de Nelson Rodrigues de que o brasileiro nasce ladrão".


Veja a Carta do MP: 

Educação, sim! Corrupção, não!

Nestes tempos de corrupção à vista em cidades de todos os tamanhos, governos de vários níveis, empresas de tantos setores e centenas de acusados e investigados, afirmar e reafirmar nossa cidadania e honestidade deve estar na agenda do dia: Somos brasileiros e honestos.

No calendário de países-membros da ONU, como o Brasil, 09 de dezembro é lembrado como o Dia Internacional de Combate à Corrupção. Mas, como se diz popularmente sobre o Dia da Mulher, devemos nos colocar contra a corrupção durante todo o ano e não apenas em um dia.

Nossa certeza de que brasileiros e brasileiras nos definimos também pela honestidade e o combate à corrupção é um ato diário e levou à campanha Todos juntos contra a corrupção, de conscientização sobre como a educação e a cultura são instrumentos para o orgulho de ser honesto.

Por mais que agentes do Estado, mercado e sociedade civil atuem como se espera, eles não vão sozinhos eliminar a corrupção. A missão é de todos nós, cidadãos e cidadãs. E diariamente.

O Brasil está entre os países mais corruptos (5º pior colocado no ranking 2017-2018 do Fórum Econômico Mundial – e tem desempenho fraco em educação – ficou na 63ª posição entre 70 países com estudantes avaliados pelo Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa). Não há dúvida de que a qualidade da educação poderia ser melhor se houvesse menos corrupção.

Infelizmente há uma cultura de corrupção no país, já captada em recentes pesquisas de opinião. Sete em cada dez brasileiros disseram ao Ibope em 2006 que cometeriam atos corruptos se tivessem oportunidade.

A maioria contrataria familiares e amigos para cargos de confiança e mais de 40% usariam viagens oficiais para lazer próprio ou familiar. Numa pesquisa do Datafolha de 2009, mais de 1/3 das pessoas declararam ter pago propina e 27% já receberam troco a mais e não devolveram.

Dados como esses acionaram o sinal de alerta às instituições públicas e da sociedade civil reunidas na Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Ativos (ENCCLA), responsável por iniciativas como esta campanha #Todos juntoscontracorrupção.

A relevância de conscientizar, desde a infância, sobre o valor da honestidade pode ser evidente, mas muitos não sabem como fazer. Está em jogo formarmos cidadãos conscientes e participativos no enfrentamento à corrupção.

Para tanto, a educação deve ser voltada não só para a cidadania, mas para a integridade e promover valores universais que tornam o cidadão incapaz de transigir com estes valores.


Se você quer se unir a essa corrente anticorrupção, acesse o site todosjuntoscontracorrupcao.gov.br e conheça melhor a campanha. 

Fonte: "mpf"

Observação: os grifos são meus.