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sábado, 15 de agosto de 2020

Em delação, doleiro dos doleiros (Dario Messer) diz que entregava dólares aos Marinho, da Globo

Dario Messer, o doleiro dos doleiros



Em sua delação homologada na quarta, 12, com o Ministério Público Federal do Rio de Janeiro, Dario Messer citou supostos serviços prestados para a família Marinho, dona da Rede Globo. Em depoimento realizado no dia 24 de junho e que consta no anexo 10 da delação que tem mais de 20 capítulos, o doleiro afirma ter realizado repasses de dólares em espécie para os Marinho em várias ocasiões. Segundo o delator, a entrega dos pacotes de dinheiro acontecia dentro da sede da Rede Globo, no Jardim Botânico. Messer diz que um funcionário de sua equipe entregava de duas a três vezes por mês quantias que oscilavam entre 50 000 e 300 000 dólares.

No depoimento, Messer diz ter começado a fazer negócios com os Marinho por intermédio de Celso Barizon, supostamente gerente da conta da família no banco Safra de Nova York. De acordo com o delator, os repasses teriam começado no início dos anos 90, quando Messer tocava sua operação de dólar a partir do Rio de Janeiro. Segundo a versão de Messer, os valores em espécie entregues no Brasil seriam compensados pelos Marinho no exterior, por intermédio da conta administrada por Barizon. Os Marinho depositariam para Messer (no exterior também) o valor entregue em dinheiro vivo no Brasil.

De acordo com o delator, a pessoa que recebia o dinheiro na Globo era um funcionário identificado por ele como José Aleixo. Messer não apresenta provas dessas entregas de dólares e cita em depoimento que nunca teve contato direto com os Marinho, segundo autoridades que leram a delação, em Brasília. Apesar disso, o doleiro sustenta em depoimento que os destinatários do dinheiro seriam os irmãos Roberto Irineu (Presidente do Conselho de Administração do Grupo Globo) e João Roberto Marinho (vice-presidente do Grupo Globo).

Em nota encaminhada à redação de VEJA, a assessoria de Roberto Irineu Marinho e João Roberto Marinho negou as informações dadas por Messer: “A respeito de notícias divulgadas sobre a delação de Dario Messer, vimos esclarecer que Roberto Irineu Marinho e João Roberto Marinho não têm nem nunca tiveram contas não declaradas às autoridades brasileiras no exterior. Da mesma maneira, nunca realizaram operações de câmbio não declaradas às autoridades.

Fonte: "veja.abril"

O jornal Folha de São Paulo (ver em "folha" ) disse que ao compartilhar a notícia em uma rede social, o presidente Jair Bolsonaro afirmou:
"30 anos = 360 meses 3 X por mês = 1080 vezes
1080 x U$ 300 mil U$ 324.000.000,00
U$ 1,00 = R$ 5,42
R$ 1,75 bilhão...
é o valor que pode ter sido repassado, em dinheiro vivo à família Marinho da Globo, segundo o doleiro Dario Messer".

Meu comentário:
E agora, Rede Globo? Quem nunca questionou delação não vai poder questionar agora. Ou vai usar o argumento surrado de que os delatores falam qualquer coisa para reduzirem suas penas?

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terça-feira, 18 de abril de 2017

Delações da Odebrecht: Paulo Melo usava mesmo doleiro da empreiteira, diz colaborador

Paulo Melo, codinome Maria Mole, foto jornaldesabado

Deputado diz que doação foi legal e nega propina

O deputado estadual Paulo Melo (PMDB) recebeu pelo menos R$ 250 mil da Odebrecht por meio de um doleiro na campanha à reeleição do RJ em 2014, segundo o delator Leandro Azevedo.

No depoimento gravado em vídeo, o ex-executivo diz que o pedido foi feito pelo parlamentar, que já recebia caixa dois regularmente em outras eleições.

Leandro Azevedo conta que Paulo Melo pediu dinheiro para sua campanha quando era presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

"Pediu diretamente a mim. Ele havia dito que a empresa já contribuía para ele em outras eleições, que já tinha uma relação institucional com a empresa", conta no depoimento.

O delator, então, pediu aprovação de seu chefe no "setor de propinas" da Odebrecht, Benedicto Junior, que liberou o pagamento de R$ 250 mil.

Normalmente, a entrega era feita pessoalmente, em endereço escolhido pelos políticos, mas desta vez o método foi diferente.

O delator não sabia da existência do doleiro, mas diz que concordou com a forma de pagamento.

"Mandei um email para a Maria Lúcia [Guimarães Tavares, secretária da Odebrecht que registrava os pedidos de propina], fazendo essa programação e perguntando para ela se o doleiro Álvaro Novis teria esse dinheiro", diz. "Ela me confirmou, então, que iria abrir um crédito junto ao doleiro com o codinome 'Maria Mole', para que fosse usado pelo Paulo Melo."

Álvaro José Galliez Novis atuava na Hoya Corretora de Valores e Câmbio e foi preso em janeiro deste ano na Operação Eficiência. Foi citado por delatores como doleiro responsável por creditar quantias em dinheiro na conta de Cabral. Ele já havia sido preso apontado como operador financeiro de outra fase da Lava Jato.

Leandro Azevedo diz no depoimento que se encontrou outras vezes com Paulo Melo, quando o político era secretário de Assistência Social e Direitos Humanos do Estado do Rio, no governo de Luiz Fernando Pezão. Mas garante que não trataram mais de pagamentos.

O delator confirma que esse não foi o primeiro pagamento ao político. "Quando fui conversar com o Benedito, ele já tinha dito que nós realmente sempre demos apoio, porque o Paulo Melo era da base do governo Sérgio Cabral, e que era importante manter uma relação próxima a ele."

O que diz Paulo Melo?
Em nota, deputado disse: "Trata-se de doação eleitoral oficial, sem qualquer troca de favor, como o próprio executivo confirmou no depoimento. Não se pode confundir a doação legal com propina. Em meus 30 anos como deputado, nunca participei de projetos, sugeri emendas ou atuei em licitações para favorecer a Odebrecht ou qualquer outra empreiteira. Lembro, ainda, que, como puxador de votos, o meu partido, o PMDB, sempre destinou recursos para as minhas campanhas políticas, o que sempre me livrou de qualquer amarras com empresários ou integrantes da sociedade civil, que colaboram e ajudam nas eleições".