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sábado, 24 de abril de 2021

Nota de Repúdio à Secretaria de Educação de Búzios e ao “Instituto Conhecer”

Arte: SEPELAGOS

 



"Nós trabalhadores da educação de Armação dos Búzios, em conjunto com ativistas e militantes de entidades, organizações e movimentos de diversos segmentos, vimos por meio desta Nota Unificada de Repúdio manifestar nossa indignação pelas posturas e comentários de teor racista, machista e anticientífico proferidos pelo palestrante Dalmir Sant'anna, em evento online organizado pela Secretaria Municipal de Educação de Armação dos Búzios e empresa “Instituto Conhecer”, contratada com dispensa de processo licitatório pela prefeitura de Armação dos Búzios com a finalidade de falar sobre o tema “Educação em tempos de pandemia”.

Em momento algum da live, que teve duração de 1 hora e 47 minutos, o comunicador efetivamente tratou do tema “Educação em tempos de pandemia”, assunto sobre o qual ele estaria incumbido de — e sendo remunerado para — abordar. Nós esperávamos que o palestrante tratasse da crise sanitária atual, das medidas necessárias para o retorno das aulas presenciais de forma segura para profissionais da educação e alunos; e quais, neste contexto, as dificuldades e possibilidades para a viabilização do ensino remoto nas escolas situadas principalmente em áreas mais carentes do município, ou ainda que falaria sobre as ações que a prefeitura está tomando para garantir aos alunos e aos profissionais da educação auxílio na aquisição de dispositivos digitais e conectividade para viabilização de maior interatividade nas atividades remotas.

Em contrapartida, a palestra se restringiu, ao uso insistente de frases de efeito, com ênfase em criar a já tão propalada falsa narrativa de que “servidores públicos reclamam demais”, inclusive fazendo trocadilho com a própria palavra, servidor.

Em diversos momentos da transmissão ao vivo, o palestrante contratado fez propaganda política escancarada em defesa do governo e da Seme de Búzios, tecendo inúmeros elogios ao prefeito Alexandre Martins, citando inclusive números sobre o suposto “ótimo desempenho” do prefeito frente à vacinação da população, e também enaltecendo a secretária Carla Natália. Ou seja, foi uma palestra paga com dinheiro público para elogiar a administração municipal e fazer muito mais publicidade institucional do que capacitação profissional.

Dalmir Sant’anna em toda sua intervenção individualizou os problemas estruturais do sistema de ensino municipal, reduzindo-os, todos a uma suposta “falta de motivação pessoal” dos trabalhadores da educação. Em vários momentos insinuou que a questão central era a “preguiça” dos profissionais e não o fato de estarmos submersos numa crise pandêmica sem precedentes, e  afirmou que se fôssemos mais “dispostos”, “assertivos” e tivéssemos mais “vontade de trabalhar” tudo se resolveria como “mágica”.

O ponto mais insultuoso da mal chamada “palestra” foi quando o sr. Dalmir colocou uma peruca black power e uma máscara de borracha que caricaturava um fenótipo negro, desqualificando-o como algo ligado a quem é preguiçoso, não gosta de trabalhar e vive reclamando, demonstrando nitidamente uma atitude racista, com o aval dos componentes da Secretaria de Educação, que acompanhavam a palestra e em nenhum momento consideraram o fato, inclusive ignorando os apelos feitos por educadores nos comentários da transmissão. O mais inaceitável se traduz no fato de tratar-se de palestra com supostos fins educativos.

Cabe acrescentar que a lamentável performance teatral racista do palestrante foi acompanhada da música “Retirantes”, de Dorival Caymmi, conhecida por ter sido parte da trilha sonora da novela “Escrava Isaura”. Portanto, uma música que faz evidente alusão à escravidão, fazendo conexões muito preconceituosas entre as categorias “negro”, “escravidão” e “preguiça”. Esta conduta se torna ainda mais grave se considerarmos que Armação de Búzios apresenta uma ampla população negra e quilombola (descendentes de pessoas que foram escravizadas no passado), ofendendo a história e a memória dessas pessoas que construíram esse país com seu sangue e suor, exploradas cruelmente por uma elite branca que enriqueceu à custa do trabalho escravo.

Outro momento surpreendente da palestra “motivacional" foi quando o mágico contou uma “anedota” sobre a origem do ser humano. Dalmir contou uma “piada” de um menino que perguntava à sua mãe sobre as origens dos seres humanos, a mãe responde que a humanidade foi criada por Adão e Eva. Então, o menino diz que seu pai lhe ensinou que os humanos descendem do ‘macaco’ (sic). Então, a mãe respondia ao filho que não tem nada a ver com a origem familiar do pai. Ou seja, uma palestra educacional contrária à ciência e recheada de discurso racista e fundamentalista.

A palestra de Dalmir poderia ser resumida em algumas frases imperativas, como: “professor, vai trabalhar em meio à pandemia, sem condições de segurança sanitária e sem EPIs e não reclame”, “não importa a sua saúde e a sua vida, você terá de enfrentá-lo!”, “Não importa o caos que está o país, o estado e a cidade, vá trabalhar sorrindo!”. Aliás, do início ao fim foi enfatizado que os profissionais da educação não devem reclamar os seus direitos e nada temer, confundindo o debate democrático e transparente sobre os problemas e condições de trabalho visando o ensino de qualidade e um ambiente escolar seguro e propício ao aprendizado para os estudantes com “reclamações” sem fundamento.

As apresentações de mágica também nada acrescentaram para a reflexão de nossas práticas pedagógicas para o período da pandemia, apenas reforçava a ideologia ocultada em que precisávamos ignorar os problemas e fazermos o melhor. Na mesma semana em que o congresso nacional decide pressionar pela volta das aulas presenciais, mesmo sem termos asseguradas as condições sanitárias necessárias, somos obrigados a ouvir de um palestrante pago com dinheiro público insinuações de que nós não gostamos de trabalhar. O problema então, na visão da empresa que recebeu 17 mil reais pela palestra motivacional de manutenção do caos, não é a pandemia, mas sim uma suposta preguiça dos profissionais da educação.

Não consideramos o referido palestrante qualificado para abordar temas com relação à educação pública, visto que os exemplos dados foram de atendentes de loja que não tratam bem os seus clientes. Ressaltamos ainda que a abordagem em torno de tais profissionais também se deu de forma preconceituosa, uma vez que, inclusive se valeu dos trabalhadores mais precarizados para dar seus exemplos, como se um gerente de banco não nos tratasse mal, ou um chefe de governo, ou uma secretária, secretário, apenas os mais precarizados, segundo o exemplo do palestrante.

Tal visão empresarial da educação foi desde o início afirmada pela forma como um dos membros da equipe de apoio pedagógico, ao dar as boas vindas aos presentes na live, referiu-se aos estudantes como “clientes”. A secretaria de educação não é uma empresa e a educação não deve ser tratada como mercadoria, mas sim como um direito, um requisito fundamental para a formação da cidadania e dos sujeitos. Reiteramos que esse município possui excelentes profissionais muito bem capacitados em universidades do Brasil e do mundo, que pesquisa a educação seja pela necessidade de se manter sonhando com uma educação de qualidade, seja pela formação em si, abrir mão desses trabalhadores e ir buscar em bancos de universidades privadas profissionais que atuam como marqueteiros, cujo objetivo seja vender um produto, ainda que ele nem seja tão bom, é marcar posição contrária a defesa da educação de qualidade, que no vídeo já deixou clara que esta não será laica, e que gratuita pode ser que seja, mas pela nota do instituto, nos será muito cara.

Por tudo isso, nós signatários desta nota unificada repudiamos o evento promovido pela empresa “Instituto Conhecer”, sob encomenda da Secretaria Municipal de Educação comandada por Carla Natália Marinho".

Fonte: Nota Unificada de Repúdio à Seme de Búzios e à empresa “Instituto Conhecer” (blogsepelagos.blogspot.com)

Assinam:

Sepe Lagos, Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro, Núcleo Lagos;

Coletivo Nacional de Educação da CONAQ, Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas;

ACQUILERJ, Associação das Comunidades Quilombolas do Estado do Rio de Janeiro;

Núcleo de Estudos Afro-brasileiros Ondjango da FAETEC;

Portal Esquerda Online (Resistência/PSOL);

Resistência Feminista (PSOL);

Movimento Por Nossos Filhos (mães, pais e responsáveis por alunos de Búzios, RJ);

Movimento Defenda o Ensino Médio em Búzios;

Construção Coletiva Búzios;

PSOL Búzios, Partido Socialismo e Liberdade, diretório municipal de Armação dos Búzios;

Frente Feminista de Búzios;

Coleduc, Coletivo de Educadores de Araruama;

Sepe Rio das Ostras/Casimiro de Abreu, Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro, Núcleo Rio das Ostras/Casimiro de Abreu;

UNEGRO-RJ, União de Negras e Negros Pela Igualdade do Estado do Rio de Janeiro;

IHG, Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania - BH/MG;

MNU, Movimento Negro Unificado, seção do Rio de Janeiro (Regional Lagos);

UP, Unidade Popular (Búzios e Cabo Frio);

UCE, União Cabofriense dos Estudantes;

MMRL, Movimento de Mulheres da Região dos Lagos;

AERJ, Associação dos Estudantes Secundaristas do Estado do Rio de Janeiro;

Campo Combativo do Sepe Lagos;

Movimento Nossa Classe Educação;

Portal Esquerda Diário (Movimento Revolucionário dos Trabalhadores);

Projeto Cidade Biblioteca;

Sepe Maricá, Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro, Núcleo Maricá;

Sepe Macaé, Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro, Núcleo Macaé;

FOB, Federação das Organizações Sindicalistas Revolucionárias do Brasil;

Siga-RJ, Sindicato Geral Autônomo do Rio de Janeiro;

PSTU Cabo Frio, Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado, Regional Cabo Frio;

CSP-Conlutas RJ, Central Sindical e Popular Conlutas, Seção Rio de Janeiro;

Movimento Quilombo Raça e Classe / CSP-Conlutas;

Pedimos às demais entidades, organizações e movimentos que queiram se somar às assinaturas, que enviem email para blog.sepelagos@gmail.com.

Ver o vídeo no minuto 30:34:


 

terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

Denúncia do blog surte efeito

Quadra poliesportiva da Escola Professora Regina Silveira


Surtiu efeito a denúncia do blog. A postagem “Prefeito de Búzios quer inaugurar quadra de escola cuja obra ainda não está concluída” (ver em "ipbuzios" ) fez a prefeitura começar a tomar as devidas providências. Também muito contribuiu o fato do Sindicato Servbúzios ter acionado o Ministério Público do Trabalho em relação ao quesito segurança.

No Procedimento nº 000438.2016.01.005/3 o MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO,
através da Procuradoria do Trabalho no Município de CABO FRIO, cobrou da Prefeitura de Búzios o cumprimento de TAC tendo por objeto a correção de irregularidades que dizem respeito às Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho. E no dia 14 último, a Procuradora do Trabalho CIRLENE LUIZA ZIMMERMANN resolveu:

a) Notificar a Secretaria Municipal de Educação de Búzios, com urgência, para que se manifeste, no prazo de 24 horas, sobre as denúncias apresentadas pelo Sindicato dos Servidores do Município de Armação dos Búzios narrando a possibilidade de riscos à integridade física dos membros da comunidade escolar da E. M. Profa. Regina da Silveira Ramos Vieira em caso de manutenção da decisão de inauguração da Quadra Poliesportivo no dia 19/02/2020.
b) Retornem os autos conclusos com o peticionamento ou, caso decorrido o prazo de 28/02/2020 sem manifestação do Município, notificar o Secretário Municipal da Educação para que apresente a documentação requisitada na audiência de 29/11/2019 (ata Doc n.º 010278.2019), bem como os esclarecimentos sobre a denúncia do Sindicato dos Servidores do Município de Armação dos Búzios (Doc n.º 000382.2020) no prazo de 5 (cinco) dias.

Em resposta ao Procedimento nº 000438.2016.01.005/3 (Obra de Construção da Quadra Poliesportiva da E. M. Profª Regina da Silveira Ramos Vieira), o Secretário Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia Prof. Carlos Eduardo Roballo Ferreira informou que, “segundo o Secretário Municipal de Obras e Saneamento, a mesma encontra-se em andamento. Como também, estão sendo feitas ações corretivas e preventivas quanto à presença de fatores que apresentem possíveis riscos à integridade física da comunidade escolar (risco de choque elétrico). Vale salientar, que a mesma, será vistoriada no dia 18/02/2020 (terça-feira), por mim, juntamente com o Engenheiro e Secretário de Obras e Saneamento, Sr. Paulo Abranches Guedes Junior”.


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sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

Prefeitura de Búzios não paga horas extras aos professores desde outubro do ano passado

Sede da Secretaria Municipal de Educação (SEME)

Desde outubro do ano passado, os professores contratados da rede municipal de Búzios (e alguns concursados também) não recebem as horas extras e as dobras trabalhadas. Esses profissionais da Educação de Búzios passaram dificuldades financeiras no Natal, no Ano Novo e, se a prefeitura não fizer esses pagamentos antes do início das aulas daqui a duas semanas, enfrentarão dificuldades para comprar material escolar para seus filhos.

O 5º município mais rico do estado não está devendo horas extras apenas aos professores. Deve também a alguns profissionais da Saúde e da Guarda Municipal. Má gestão é isso aí! depois não vai reclamar de ser chamado de caloteiro como Dr. Adriano, prefeito de Cabo Frio.

Em contato com o blog, a professora Martha, diretora do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação da Região dos Lagos (Sepe-Lagos), nos informou que desde o dia 18 de dezembro do ano passado está em tratativa com a Secretaria Municipal de Educação (SEME) para resolver a questão do pagamento das horas extras. Nessa data, o Secretário Robalo, que não é ordenador de despesas (só em Búzios mesmo que essas coisas acontecem), prometeu que faria o possível para o pagamento ser feito no dia 15 de Janeiro. Compromisso não cumprido. Nova promessa de pagamento para esta semana. E, nesta sexta-feira, último dia da semana prometida, nada feito. Hoje, no RH da prefeitura uma servidora foi informada que estavam fazendo um levantamento (!) das horas extras e que não havia previsão de data para pagamento. 

O descaso da prefeitura com os profissionais da educação de Búzios é tanto que até mesmo o ofício protocolado na Seme na última terça-feira (21) solicitando audiência para tratar do assunto até hoje (24) não foi respondido pelo governo. 

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terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Atenção Educação de Búzios!



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quinta-feira, 25 de abril de 2019

MPF recomenda que Secretarias de Educação de seis municípios da Região dos Lagos não amparem a onda atual de restrição a ideias nas salas de aula


Secretários de educação devem tomar medidas de proteção da liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber
O Ministério Público Federal (MPF) recomendou às Secretarias de Educação de seis municípios da Região dos Lagos (RJ) que atuem com o objetivo de evitar intimidações a professores e alunos, decorrentes de divergências político-ideológicas, que resultem em censura, direta ou indireta, nas redes públicas de educação básica e superior. Para o procurador da República Leandro Mitidieri, autor das recomendações, um ensino e uma aprendizagem efetivamente plurais somente podem se desenvolver em um ambiente de liberdade de ideias e de respeito à diversidade, garantindo os princípios constitucionais e demais normas que regem a educação nacional, sobretudo quanto à liberdade de aprender, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte, o saber e de concepções pedagógicas.
Assim que receberem o documento, os secretários de educação dos municípios de Araruama, Armação dos Búzios, Arraial do Cabo, Iguaba Grande, São Pedro da Aldeia e Saquarema têm um prazo de 30 dias para informar as medidas adotadas para o cumprimento da recomendação ou as razões para o descumprimento.
Além de advertir para que não atuem na forma arbitrária junto a seus docentes, as recomendações expedidas pelo MPF pedem que as instituições públicas de educação básica e superior adotem medidas necessárias para que não haja nenhuma forma de assédio moral diante desses profissionais, seja por parte de servidores, estudantes, familiares ou responsáveis. "A Constituição da República não ampara essa onda de restrição a ideias nas salas de aula. Ao contrário, garante o confronto delas", explica o procurador da República Leandro Mitidieri.

Fonte: "MPF"

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

MPRJ obtém decisões que visam à garantia do investimento mínimo em Educação em Rio das Ostras e Iguaba Grande

Logo do MPRJ


O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especializada em Educação (GAEDUC/MPRJ), obteve na Justiça decisões favoráveis nas quais foram deferidas as tutelas de urgência requeridas em duas ações civis públicas (ACPs). Ambas as decisões são resultado do papel fiscalizador do MPRJ no cumprimento das leis por agentes públicos,  quando da identificação de irregularidades. Também refletem o compromisso do MPRJ  com a resolutividade, em busca de soluções para questões que prejudicam o conjunto da sociedade.
 
A primeira decisão foi proferida em 17 de outubro pela juíza Maira Valeria Veiga de Oliveira, titular da Vara Única da Comarca de Iguaba Grande, no escopo da ACP 0001868-68.2018.8.19.0069, determinando que, no prazo de 15 dias a partir da intimação, o município abra conta específica para o gerenciamento dos recursos da educação pública, além das que são destinadas ao FUNDEB e salário-educação, para o depósito do percentual mínimo de 25% da arrecadação municipal para ser investido no setor, conforme determina o art. 212 da Constituição Federal c.c. art. 69 caput e §5° da LDB.
 
Acrescenta que os recursos devem ser transferidos para a nova conta na forma e prazos estabelecidos na referida norma da LDB, em seus incisos I a III, conferindo a gestão da mesma com exclusividade para o secretário municipal de Educação, sob pena de serem bloqueadas todas as contas do município de Iguaba Grande, até que a devida providência seja adotada.
 
A segunda decisão, proferida em 25 de outubro pela 2ª Vara da Comarca de Rio das Ostras, foi assinada pelo juiz Henrique Assumpção Rodrigues de Almeida, determinando que o município da Região dos Lagos promova, em até dez dias, a abertura de conta específica da educação para depósito dos recursos previstos no mesmo artigo 212, caput, da Constituição. A conta deverá  ser aberta em nome da Secretaria Municipal de Educação de Rio das Ostras, como determina expressamente o artigo 69, parágrafo 5º, da LDB. Determina ainda que o município transfira estes recursos na forma e nos prazos determinados, cabendo a gestão e ordenação de despesas desta conta ao titular da pasta de Educação da cidade.
 
Há também urgência no pedido, senão vejamos: à medida em que esses recursos não são transferidos regularmente para conta específica destinada aos recursos da educação, e tampouco exista autonomia de gestão do secretário municipal para sua gestão, gera-se lesão ou ameaça de lesão à manutenção e desenvolvimento do ensino, no que concerne ao seu planejamento, à sua execução e ao seu controle mensal, irreversível ou de difícil reparação”, afirma o magistrado, em trecho da decisão, resultante da ACP 0010724-24.2018.8.19.0068.

Fonte: "MPRJ"

quinta-feira, 5 de julho de 2018

A gestão municipal da educação de Búzios é realmente a 9ª melhor do estado do Rio?



O TCE-RJ criou o IEGM - um novo índice com o qual pretende avaliar a gestão dos municípios do estado do Rio de Janeiro. O IEGM Educação de Búzios, ou seja, o índice da gestão municipal da Educação em Armação dos Búzios ficou, segundo o órgão, em 9º lugar entre 80 municípios do estado avaliados. A secretaria de educação comemorou o fato entusiasticamente e passou a divulgar o banner acima por todos os cantos possíveis. 

Mas tenho minhas dúvidas quanto ao acerto do índice. Suspeito que ele não seja realista, porque baseado fundamentalmente em outro índice, o IDEB do MEC, que, ao meu modo de ver, foi artificialmente aumentado na gestão do Sr. Claudio Mendonça (2013-2016) a frente da Educação de Búzios.

Como o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) combina informações de desempenho em exame padronizado (Prova Brasil), obtido pelos estudantes ao final das etapas de ensino (5ª e 9ª séries do ensino fundamental), com informações sobre rendimento escolar (aprovação), o Sr. Claudio Mendonça percebeu que, como não podia de imediato aumentar o desempenho dos alunos de Búzios nas provas, melhorando a outra ponta decisiva no índice- a taxa de aprovação- consequentemente aumentaria o IDEB. Durante sua gestão foi muito noticiado que os professores de Búzios foram pressionados, quase assediados, para que aprovassem o maior número possível de alunos. Se não me engano, um blog de Cabo Frio, de um professor que leciona em Búzios, teria registrado a investida dos gestores da Secretaria de Educação de Búzios sobre os professores.      

O sistema educacional buziano, antes do Sr. Claudio Mendonça chegar a Búzios, tinha um índice de reprovação considerado alto. Resta saber se o aumento que houve na taxa de aprovação posteriormente corresponde realmente a um aumento na aprendizagem. Será que estamos mesmo caminhando para um sistema de ensino melhor em que todas as crianças e adolescentes não estão desperdiçando tempo com repetências, não estão abandonando a escola precocemente? E, o mais importante, será que realmente estão aprendendo?

Uma breve pesquisa no site qedu.org.br confirmou minhas suspeitas. O fluxo de aprendizagem (taxa de aprovação) nos anos de 2007, 2009 e 2011, portanto antes da chegada do gestor Claudio Mendonça a Búzios, tanto no Anos Iniciais (1º ao 5º ano) quanto nos Anos Finais (6º ao 9º ano), sempre foram muito inferiores aos anos de 2013 e 2015, anos em que o Sr. Claudio Mendonça estava como gestor da Educação de Búzios. Senão vejamos: 

ANOS FINAIS (6º AO 9º ANO)

            APRENDIZAGEM  FLUXO  IDEB
2007 -            4,81                      0,75        3,6
2009 -            4,83                      0,74        3,6
2011 -            5,47                      0,72        4,0  

2013 -            5,30                      0,81        4,3
2015 -            5,49                      0,81        4,4

ANOS INICIAIS (1º AO 5º)

            APRENDIZAGEM  FLUXO  IDEB
2007 -            5,17                      0,81        4,2
2009 -            5,53                      0,81        4,5
2011 -            5,80                      0,79        4,6  

2013 -            6,34                      0,87        5,5
2015 -            6,24                      0,86        5,3
  
Reparem que a maior taxa de aprovação nos ANOS FINAIS antes de Claudio Mendonça (75%) é inferior 6% à taxa de 81% do período de Claudio Mendonça. Aplicando-se essa taxa de 2007 à nota 5,30 do ano de 2013 teríamos como resultado um IDEB igual a 3,9, inferior portanto ao IDEB de 2011. Observem também que o desempenho dos estudantes de Búzios em 2011 (nota 5,47), mesmo tendo sido superior aos desempenhos de 2013 e 2015, gerou um IDEB inferior, por causa da baixa taxa de aprovação (72%). 

O mesmo não se pode dizer quanto aos ANOS INICIAIS pois não temos nenhuma nota antes do período Claudio Mendonça que seja superior à nota de seu período. Mas a diferença entre as taxas de aprovação continua girando em torno de 6%. 

Portanto, como é muito difícil um sistema educacional mudar tanto em tão curto período ( com notas e taxas de aprovação tão díspares) concluo que o IDEB de Búzios foi inflado artificialmente na gestão anterior do governo André. Vamos ver se o artificialismo na avaliação permanece assim que os Índice de 2017 forem divulgados pelo MEC. Por falar em MEC, bem que o Ministério poderia fazer uma checagem desses índices de Búzios.

Comentários no Facebook:
João Carlos Mattias Há algo de muito podre, no Reino de Armação dos Búzios.
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Responder39m

Martha Brunatti Concordo plenamente! Manipulação! Quem vive o dia a dia da Educação em Búzios sabe qual é, de verdade, a lamentável condição! 😢

segunda-feira, 14 de maio de 2018

Prefeito ditador; Secretária de Educação ditadora; agora, (só faltava essa) Diretor de Colégio ditador




A Educação em Búzios passa por um momento de grande retrocesso antidemocrático. Uma cidade cosmopolita como Búzios, o quinto destino internacional do Brasil, em pleno século XXI, é administrada por um prefeito que se recusa a receber estudantes, professores, merendeiras e suas entidades representativas. E que tem como gestora da Educação uma secretária que também não recebe ninguém, nem mesmo jovens que ocuparam uma escola municipal por duas semanas.

Seguindo o exemplo de seus superiores, agora temos um diretorzinho-interventor administrando o Colégio Paulo Freire, que pensa que pode impor sua vontade sem dialogar com a comunidade escolar. Em uma cidade onde temos problemas sérios de mobilidade urbana, o diretor quer proibir atrasos de 15 minutos.  Alunos que chegam atrasado são retirados de sala de aula. Aqueles que chegarem mais de três vezes atrasados são ameaçados com suspensão. Alunos que saíam às 12:00 horas para pegar o ônibus de 12:20 hs agora são obrigados a ficar perambulando pelas ruas do centro até que passe o próximo ônibus às 15:00 hs, pois o ditador proibiu saídas mais cedo. E pasmem, passou a implicar com o traje dos alunos: eles não podem mais usar as roupas que sempre usaram, como roupas com rasgo, bermudas, tênis e chinelos.

Búzios- e seus estudantes- não merecem isso.
Eleição direta já para diretores de escolas!

Veja depoimento prestado pelo aluno João Souza na página do Facebook do Jornal Folha de Búzios: 
"Bom dia! Hoje pela manhã no colégio Municipal Paulo Freire, os alunos fizeram um pequeno ato contra as punições (3 atrasos advertência, e depois das 3 advertência, a suspensão) lembrando que o diretor mudou o horário de entrada que antes era até 7:15 e agora é até 7:10. Sendo que esses alunos que chegam atrasados, pegam ônibus e vans e muita das vezes os ônibus estão super lotados e, na van não é muito diferente, ou já tem gratuidade ou o motorista não quer levar, fazendo com que muitos alunos se atrasem!
*Diretor opressor,* troca normas da escola e se quer da uma satisfação para os alunos!
Obs: O Paulo Freire é a única escola que está tendo esse problema com horário, tudo por culpa de um diretor nomeado pelo prefeito!
*Eleição para diretor já! É Lei!*
"



quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Conselho de Alimentação Escolar de Búzios se manifesta contra a terceirização do preparo da merenda

Os Conselheiros do Conselho de Alimentação Escolar (CAE) de Armação dos Búzios, reunidos hoje (21), no CEPEDE, resolveram, por unanimidade, se manifestar contra a terceirização do preparo da merenda escolar. Surpresos com a iniciativa do governo municipal, relataram que em nenhum momento foram consultados a respeito do assunto, muito menos tomaram conhecimento do Edital do pregão presencial nº 003/2018 a ser realizado no dia 26 próximo, no qual se pretende contratar uma empresa por R$ 6,8 milhões de reais para compra de gêneros alimentícios e o preparo da merenda. Ao final da reunião, decidiram convocar a Secretária de Educação de Búzios, professora Deisemar Gonçalves, para que preste esclarecimentos na reunião extraordinária convocada para amanhã (22), às 14:00 horas, no mesmo local.   

Conselheiros reunidos no CEPEDE

Secretária de Educação é convocada para prestar esclarecimentos 
Comentários no Facebook:
Eduardo Moulin Caso não de em nada esta reunião cabe entrar com denuncia no MP e ação civil pública ou mandato de segurança coletivo para parar esta pouca vergonha!
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Responder2 d
Laci Coutinho Ainda bem que ainda tem quem se posicione contra alguma coisa, porque se deixar pelos Vereadores, Amém!
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Denize Alvarenga Azevedo O governo de Búzios ignora os Conselhos de Controle e Acompanhamento Social. Fez isso com o Conselho Municipal de Educação e, agora, com o Conselho de Alimentação Escolar.
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Lucio Borba · 4 amigos em comum
Eles vão faturar uma grana com mais essa ideia maldosa contra a população pobre de Búzios! Pior é que eles planejam deixar as merendeiras concursadas trabalhando para uma empresa "BIZA" privada, e usando a mão de obra e a estrutura das escolas! Como vingança estão deixando as escolas construídas por Mirinho Braga em total abandono.